Para acompanhar pedidos feitos até 4 de outubro, acesse nossa plataforma antiga.

sobinfluencia edições

linguagem viral extraterrestre e heroína subversiva

O vírus também é uma adicção, a adicção também é um vírus. Para quem conhece a obra de Willian Burroughs sabe que essa afirmação é perfeitamente possível. Do mesmo modo, a escrita é um vírus, logo, uma adicção. Vinda do espaço, inoculada em nós de forma parasitária, a escrita seria tanto aquilo que nos permite linguagem viral extraterrestre e heroína subversiva

gritos suburbanos, cantos torcedores: movimento punk e culturas torcedoras nos anos 80

Desde fins dos anos 60, a explosiva proliferação de subculturas urbanas instituiu conexões diversas entre música, comportamento, politização e cotidiano. Interlocuções e tensões entre estas variadas expressões, visceralmente dinâmicas, movimentam desde então novas possibilidades, dada a multiplicidade de subgêneros, estéticas e condutas que, ao longo de décadas, foram construindo redes independentes para a circulação de gritos suburbanos, cantos torcedores: movimento punk e culturas torcedoras nos anos 80

a inimaginável e o imaginário

como as Pirâmides ou a Acrópole, Auschwitz, [e Gaza] é o feito, é o signo do homem. A imagem do homem é doravante inseparável de uma câmara de gás… GEORGE BATAILLE A obscenidade escandalosa do inimaginável nos visita mais uma vez. Se de um lado recusamos olhá-la, por outro ela nos consome, espero que seja a inimaginável e o imaginário

a vingança das sereias: o grito do imaginário

Há algo no canto das Sereias de Homero, assim como no grito da Madeline de Edgar Allan Poe, que convoca ao além. Seria porque, cada uma a seu modo, nos convocam a nos abandonar ao fascínio amedrontador que seus ruídos causam em nós? Enquanto que em faz TheFalloftheHouseofUsher (1839), de Edgar Allan Poe,  o personagem Roderick a vingança das sereias: o grito do imaginário

considerações sobre um manifesto hacker

Novo prefácio escrito por McKenzie Wark especialmente para a publicação brasileira do livro Um manifesto hacker (Funilaria & sobinfluencia, 2023). Considerações sobre Um Manifesto Hacker McKenzie Wark Lendo Um Manifesto Hacker novamente depois de muito tempo, agora parece um livro que outra pessoa escreveu e, ao mesmo tempo, um livro que contém não apenas a considerações sobre um manifesto hacker

um campo para jogar: entrevista com marina da silva

Marina da Silva (1994) é uma artista que reside e produz em São Paulo. Sua pesquisa se debruça sobre imagem e território, frequentemente tematizando o campo futebolístico. Até o momento presente, seus trabalhos integraram exposições coletivas, como Crônicas Cariocas (Museu de Arte do Rio, 2021), Ministério da Solidão (Oficina Cultural Oswald de Andrade, 2021) e um campo para jogar: entrevista com marina da silva

o pharmakon da medusa: nós, os monstros relacionais

Desde a minha infância, a questão que me inquietava era aquela de encontrar um modo de morar nos livros Foi mais ou menos o que ouvi há alguns dias em uma fala de Hélène Cixous ao falar da infância da literatura. Questão que a leva não só a morar na literatura, ou ainda demeure (permanecer) o pharmakon da medusa: nós, os monstros relacionais

as plantas rupestres e o imaginário no mundo

Ainda sobre o tempo outro de Pompéia. Se insisto nessa temporalidade fendida no nosso tempo é porque ela nos aproxima tanto quanto distancia da possibilidade de um mundo outro. Mundo que não deixamos de imaginar possível e por isso mesmo o é. É que dentro deste campo organizado que condiciona a experiência, inclusive a do as plantas rupestres e o imaginário no mundo

prefácio de desejo e revolução, por vladimir moreira lima

Desejo e revolução é o nome da conversa, tecnicamente uma entrevista, mas também uma espécie de debate político, que Félix Guattari realizou com Paolo Bertetto e Franco “Bifo” Berardi entre julho e setembro de 1977, e publicada pela primeira vez em 1978, em italiano. O que possibilita o encontro entre estes pensadores e militantes é prefácio de desejo e revolução, por vladimir moreira lima

outros campos para jogar: histórias do futebol de mulheres no Brasil

Ao longo do último mês, as atenções de um público diverso se debruçaram sobre a Copa do Mundo Feminina, realizada na Austrália e Nova Zelândia. A precoce eliminação da seleção brasileira na fase de grupos deflagrou, por alguns dias, uma variedade de discussões atravessadas por análises táticas, perspectivas sociopolíticas e outros afetos: na perspectiva da outros campos para jogar: histórias do futebol de mulheres no Brasil

o tempo morto de pompeia

A arte, a história e o tempo: em que momento elas se entrelaçam, se cruzam, se recusam e reivindicam autonomia? De repente, a transformação de uma cidade como Pompeia em Museu traz essa estranha relação em que as artes pintadas nas paredes/ruínas, e preservadas pelas cinzas do vulcão Vesúvio, tanto contam algo quanto registram e o tempo morto de pompeia

uma saúde que emerge da revolução: a importância de retomar Tosquelles

Hay un viejo mundo obsoletoY otros nuevos mundos que se abrenNunca seremos los mismosNada será como antesY no es que lo diga yo, sino la callePrimavera Loka – La Lira Libertária (…) Nós não tememos as ruínas, porque levamos um mundo novo em nossos corações, e este mundo está crescendo neste momento.Buenaventura Durruti As experiências uma saúde que emerge da revolução: a importância de retomar Tosquelles

uma política da loucura pela reforma psiquiátrica e pela luta antimanicomial, por paulo amarante

Uma política da loucura, organizado por Anderson Santos, demarca o início da correção de uma injustiça, ou do início de uma reparação política, ética e epistemológica, não apenas no contexto da reforma psiquiátrica brasileira, mas também de outras experiências internacionais no campo da psiquiatria e áreas afins. Isto porque François Tosquelles, personagem central deste livro, uma política da loucura pela reforma psiquiátrica e pela luta antimanicomial, por paulo amarante

adão assassino

O que pode um autor? Primeiro, tudo: ele está agrilhoado, a escravidão o pressiona, mas, se ele encontrar, para escrever, alguns momentos de liberdade, ei-lo livre para criar um mundo sem escravo, um mundo onde o escravo, agora senhor, instala a nova lei; assim, escrevendo, o homem acorrentado obtém imediatamente a liberdade para ele e adão assassino

prólogo de contra/políticas da alquimia, por maría pandiello

No ano simbólico de 1666, o empresário e político Jean-Baptiste Colbert convencia o rei da França, Luís XIV, a criar a Académie des Sciences. O nascimento da instituição francesa pretendia, entre outras coisas, colocar o país na vanguarda da investigação científica em uma Europa deslumbrada com o desenvolvimento técnico e intelectual. É curioso que, já prólogo de contra/políticas da alquimia, por maría pandiello